segunda-feira, 9 de abril de 2012

A Calçada

Pedras da calçada onde nos vemos
Pisando-as todos os dias
Crendo-as inquebráveis
Elas não são mais do que uma simples ilusão,
Uma demonstração do que somos

A estrada não segue sempre em frente
Por mais que queiramos, enquanto em sinuosas curvas,
Sentimos a vertigem do medo
Perdurando entre as paredes do coração
E talvez aí, numa reflexão
Interiorizando a nossa má sorte ali tão perto
Acreditamos que as pedras da calçada
Se estilhaçam no tempo

Verdade pura e sincera
O que acreditamos é diminuto
Mentindo-nos a cada minuto
A cada segundo que se passa entre dedos
Como nos passamos sobre aquele passeio
Onde nunca soubemos o que era a queda

Tudo se quebra, tudo se desfaz
Até os alicerces do mar
Até a nossa vontade impulsiva, impensada
Nunca nos deixando alimentar da ganância
Sem que ela nos devore para sermos nada...

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