segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vida

Será que todos nós aprendemos a viver? Acho que poucos de nós sabem o que é a vida sequer.
-É possível que seja um texto onde as frases nos critiquem e caracterizem. Algumas magoam-nos, outras deliciam-nos. Somos arrastados para o fundo, magoados e feridos, mas por mais amargo que seja o sabor, só os cegos não encontram o seu caminho. A chuva molha-nos a todos, mas todos nós secamos.
-O coração bate apenas, forte ou fraco, consoante aqueles que o carregam. Mantém-nos vivos ate perder as suas forças e parar. É, por vezes, injusto que o faça quando mais precisamos dele. No entanto, é apenas mais um que nos vira as suas costas.
-A vida assemelha-se a uma viagem. Feita de passos, encontros e acontecimentos aleatórios, e despedidas. Seguimos vários caminhos e atingimos vários locais. Andamos sobre veludo, rocha e cinza, mas nunca paramos. Parar é ser derrotado. Por isso caminhamos, na esperança de encontrar um sítio onde o ar fresco nos preencha e a luz nos ilumine. Caminhamos para chegar ao topo.
-É na alma que guardamos os nossos tesoros e os nossos segredos. Esta tem duas faces. Uma que sorri eternamente para nós, outra que nos entristece só de a ver. A elas confiamos os nossos momentos e emoções. A alma absorve tudo, e com ela aprendemos. Ela enriquece-nos, mas controla-nos também. É essa a sua essência e magia. A magia de nos dizer quem somos

Horizonte Que Te Desenhas Ao Longe

O horizonte desenha-se ao longe
Tão doce, tão gigantesco
Mas tão dificil de tocar

É talvez um producto da imaginação
Que nos faz esquecer a distância
E o torna num desejo

Talvez tu tenhas partido para esse horizonte
E te tenhas tornado num desejo
Na memória de um beijo
Que se desvanece onde morre o Sol

Palavras

Palavras. O que são de facto palavras? São conjuntos de letras que ganham um sabor, um espírito. Juntas podem fazer tanto, do inimaginável como do imprevisível.
São a unidade da comunicação, da caracterização e da narração. São escritas, ditas ou pensadas. São doces, neutras ou amargas. São, quase, o ar que respiramos.
Sim, são só quase o ar que respiramos. E ainda bem, porque há outras formas de nos explicarmos e expressarmos. Um gesto, um olhar ou um beijo, são todos eles métodos de iniciar ou terminar um discurso magicamente.
Mas as palavras estão sempre lá, para dizermos a coisa certa ou a coisa errada. Para tecermos teorias e preconceitos. Para sermos hiperbólicos a falar de amor. Criamos e alimentamos o nosso vocabulário e dele nos servimos para falar de sentimentos que nutrimos por outros, e que outros nutrem por nós.
E as palavras evoluem e diversificam-se. Tornam-se nomes e adjectivos. Nascem metáforas e eufemismos. Criam-se adjectivações e exclamações. Juntam-se, amontuam-se e fazem frases, parágrafos e textos. Textos que dão origem a romances e odisseias.
Mas por maior que seja a obra, não passa de uma molécula. Uma molécula composta por átomos. Átomos que são, na verdade, palavras.