terça-feira, 27 de outubro de 2009

As Cores Com Que Pintamos A Vida

Na arte vemos aquilo
Em que não podemos tocar
Sim, na arte
Com a qual nos viemos a apaixonar

Como o quadro abstracto
Que cria em mim sentimentos
Que não sei descrever
E que no reino da palavra não existem

Será isso que nos ilude
A vontade de sentir o desconhecido
O não tocável
Mas desejável
O fantástico

Representado na tela
Na pauta, no som
Estão as cores
Com que pintamos a vida

Não será isto tudo verdade?
Vim eu um dia a perguntar-me
Mas a resposta não reside em mim

Paixão e Fogo

Paixão e o fogo são coisas diferentes

Ambos ardem

Mas nunca infinitamente

Queimam

O que conseguirem queimar

Consomem

Até a mais ínfima partícula

Destroem

Sem espaço para remorsos

E quando se olham ao espelho

Vêem-se um ao outro

Mas nota-se uma diferença

Um é Fogo

Outro é Paixão

sábado, 24 de outubro de 2009

Que Gele O Sangue

Iluminados sejam aqueles
Que na sua mais pura inocência
Se deixam trair

Que ecoe nos ouvidos
A perfeita melodia
E que gele o sangue
E o transforme em ouro

Assim os campos do massacre
Não serão meras ruínas
E cemitérios esquecidos

Que arda no fogo do pecado
O meu coração esquartejado
Ferido, magoado
Pela malícia das tuas mãos


Sei que cheira a Morte
Mas ela ainda não chegou
As asas nascem nas minhas costas
E salvam-me da perdição

De mim apenas sobra
Uma pena...