terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Às Portas do Paraíso

Seguindo os fios do céu
Marcando passo sobre o estrelado céu fluente
Montanhas pintadas de leve branco
Algumas sorrindo ao sol poente

São poucas as luzes que vêem os homens das alturas
Constelações encadeadas pelos rios de luz,
Desvanecendo,
Homens, que em filas nuas percorrem a frescura
Da terra, eterna como o tempo

São mil, os milhões que aqui se perdem
Desconhecendo, mas sabendo o sabor de sonhar
Olham os fundos amargos escuros
Negros, que lhes chamam o olhar,
O nome com voz leve, imensa

Condenados da sua escolha
Esquecem do medo o intelecto
E andam para um trilho sem tecto
De onde nunca poderão voltar

Os restantes, os sóbrios de não pensar
Seguindo o suave sentido da melodia
Que roda no coração e toca em toda a plenitude
Já nem da sensação de altitude
Percebem que não são mais do que velhas almas
Cansadas da vida lúcida e carnal
Onde dos séculos, cada um se tornou imaterial

O passado deixa de existir
Os portões abrem-se num eclodir luminoso
São magros os compassos e contratempos
Absorvidas as almas e sugados os momentos
Fatal sonho de morrer
Sobre o paraíso, dormem na nobreza de nascer
Para sempre...

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