E se não nos sobrasse tempo
Se nos fugisse o toque aos dedos
Se nos tremessem os pés ao andar
E se os invernos viessem mais frios
Se aumentasse a estrada e os caminhos
Se os dias perdessem o horizonte
E se respirar fosse quase impossível
Se os rios deixassem de correr firmemente
Se o medo nos cobrisse plenamente
Seriamos o rosto da miséria
Os filhos pródigos do desespero
Vozes roucas gritando
Sem que uma única mão se estendesse
Um dia, breve, seremos assim
Esperando, sentados, o nosso fim
Destruindo na esperança de vencer
Até que a vida não saiba mais o que é viver
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