Primavera - I
És a princesa do nascimento
Que limpa a água e faz a flor
Quebras o tempo no pensamento
E dás à vida uma outra cor
Pois essa é a vida que trazes a tudo
Enquanto nadas no Sol risonho
E contaminas, o corpo puro
Que se perde na paz do sonho
És a rainha de tanta beleza
És a doçura, a Primavera
Tocas de vida a Natureza
E logo partes para outra Era
Verão - II
Ardes na sombra do Sol ardente
É o teu ar, o mar mais quente
És essa luz na escuridão
Que queima rente ao coração
Vais desde a Vida, até à Morte
Trazes azar e levas sorte
És como o mar que banha a areia
E és o cântico de uma sereia
São tuas noites, as mais estreladas
São estas noites, as mais amadas
És tu ternura e compaixão
Não fosses tu o belo Verão
Inverno - III
Ah! O belo Inverno
Que chega sobre a sombra do Outono
Estação de frio e toque morno
Que é ao ouvido um canto terno
É teu, Inverno,
O vento gélido e tenebroso
O beijo amargo mas amoroso
Que escreves em teu caderno
Diz-me Inverno
Porque desenhas a aurora nos céus
Porque feres os lábios meus
Quando és cruel como o inferno
Outono - IV
Não te aproximes, não te quero sentir
Nos teus olhos não há graça alguma
E não mintas nem tentes sequer fingir
Que ao belo pássaro tiras a pluma
Sei que essa mão fria e áspera
Arranca da árvore, a sua folha
Porque sorris sobre essa máscara
Quando a minha lágrima me molha
Tocas-me e dizes a tua oferta
Enquanto me prendes ao teu trono
Não trazes nada, só morte certa
Quando és tu, o negro Outono
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