Já não sobra sombra do passado
Quando passado está o velho tempo
Mancha o sangue, seco e podre
O espaço vazio onde morre o corpo
Alma presa, no monumento
Se nos meus olhos nascesse a chama
Quando o teu nome se faz ouvir
Talvez fosse o mar, não a lama
País que chora e já não canta
No tempo em que estás a ruir
O teu chão cheira a pura ruptura
Se te dissecasse agora, serias banal
Perdeste a força para te equilibrares
Na face fúnebre trazes amargura
No peito, um nome, Portugal...